Larico de Zezé

Onde estará Larico de Zezé neste exato momento? No Tabernáculo da Fé? Balançando suas generosas ancas na Praia do Forte? Contemplando o luar da Boca do Mato? Jogando pedra no telhado na Gamboa? Ou entoando ‘Galopeira’ em cima da ponte Feliciano Sodré? Andarilho nato que é, pode estar em qualquer canto, mas,agora, suas histórias estão condensadas numa única obra: ‘Larico de Zezé – O Iluminado da Boca do Mato’.

O livro reúne 77 crônicas publicadas no jornal Folha dos Lagos. Nelas, as aventuras do misterioso personagem são contadas conforme os principais acontecimentos de Cabo Frio. Sempre aprontando poucas e boas, Larico se depara – entre becos, ruas e vielas – com cenários e pessoas que se transformaram em parte do folclore local. É literatura regionalista, com os traços do momento histórico pelo qual passa a cidade.

O prefácio, escrito por Ivan de Almeida Ferreira, presidente do Tamoyo Esporte Clube, apresenta um mapa astral de Larico:

“Nasceu com Sol em Libra. Sua capacidade de comunicação é, portanto, exacerbada. Traz, também, múltiplos talentos. Seu mapa tem uma configuração tipo “balde”, ou seja, todos os astros estão num hemisfério (que abrange de Touro a Escorpião), ficando isolado, em Aquário, o planeta Saturno, julgador e representante do superego, exatamente aquece astro que traria comedimento, crítica e contenção aos atos meramente instintivos”.
O antropólogo Rafael Peçanha vê Larico por toda a parte: na contracapa, classifica o protagonista como “fantasiosamente real”.

“Criatura fantasiosamente real, que habita os mais lúcidos guetos periféricos da nossa esquizofrênica imaginação. Larico é um pouco daquilo que somos escondidos, misturado com o que fingimos querer não ser. Passeia pelas sendas etílicas dos botecos mais simples; ri das palavras malfadadas dos palanques eleitorais; chora com as gargalhadas mais tênues da desgraça nossa de cada dia. Larico é tudo”, escreveu.