“O estudo dos caminhos trilhados por Teixeira e Sousa, na produção de suas narrativas, é fundamental para quem deseja compreender o romance nacional.”
- Hebe Cristina da Silva
"Um gênio americano."
- Machado de Assis
Esta edição de O filho do pescador, cuidadosamente preparada pela Sophia, tem o objetivo de fornecer aos leitores ferramentas para que apreendam detalhes preciosos do romance de Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa. Estão contextualizados, por exemplo, termos em latim, referências à mitologia grega, logradouros do Rio de Janeiro antigo e palavras comuns ao português falado no Brasil durante o século XIX. O filho do pescador foi publicado em 1843. É apontado por estudiosos como o primeiro romance brasileiro. Com a reedição desta obra, a Sophia – cabo-friense, assim como o autor – pretende colaborar com a difusão da obra de Teixeira e Sousa, cujo protagonismo merece ser amplamente reconhecido. Esta edição exclusiva tem 596 notas de rodapé elaboradas por Gustavo Rocha, doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ). Teixeira e Sousa deixou uma vasta produção literária, conforme nos conta Hebe Cristina da Silva no prefácio: romances [O Filho do Pescador (1843), As Fatalidades de Dois Jovens (1846), Tardes de um Pintor ou As Intrigas de um Jesuíta (1847), Gonzaga ou A Conjuração de Tiradentes (1848 — 1851), Maria ou A Menina Roubada (1852 — 1853), A Providência (1854)], poesias [Cânticos Líricos (1841 — 1842), Os Três Dias de um Noivado (1844), A Independência do Brasil (1847 — 1855)], peças teatrais [Cornélia (1844), O Cavaleiro Teutônico ou A Freira de Marienburg (1855)], traduções [Lucrécia, de M. Ponsard (tragédia — 1845), Mazepa, de Lord Byron (novela — 1853)] e obras diversas [Os Coros do Concerto-Monstro (letras de canções — 1845), As Mensageiras de Amor (letras de modinhas — 1851), A Sorte (“livro de divertimento” — 1851)]. Teixeira e Sousa nasceu em 1812 e morreu em 1861, aos 49 anos, vítima de uma hepato-enterite. Seu legado está imortalizado em obras como O filho do pescador, capítulo dos mais importantes da história do romance nacional.
Confira o texto de orelha de José Correia Baptista:
Sabemos que Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa (1812-1861) era cabo-friense e que foi o primeiro romancista brasileiro com a publicação de O filho do pescador, em 1843. Ao longo do tempo, fomos conhecendo mais e melhor a vida do autor, ajudados pela publicação de livros relacionados ao escritor e pela motivação que oferece a Semana Teixeira e Sousa, evento literário de Cabo Frio que existe há mais de 30 anos. Assim, passamos a compreender que nosso escritor cabo-friense estava antenado com sua época e que em seus livros transparece, além do texto literário propriamente dito, um olhar sociológico, filosófico e ético, fontes renovadoras de sua produção.
O filho do pescador traz a marca inconfundível original ao olhar para o negro como um ser universal, recusando a abordagem institucional de situá-lo tão somente como instrumento de trabalho sem feição humana. Em seu último livro, A providência, de 1854, Teixeira e Sousa dá o último passo, o estético, ao destacar os encantos da personagem Jacintha, que tinha consciência de quem era. Esse tema, o da beleza da mulher negra, era vedado nas letras nacionais. Essas posições de Teixeira e Sousa eram mais que desafiadoras em seu tempo, marca de seu modo de ver o mundo e a realidade brasileira.
Esta edição comentada, que o editor Rodrigo Cabral nos oferece, é digna de elogios na medida em que nos dará um maior entendimento dos vários aspectos do texto e uma compreensão atualizada deste livro, que já é um clássico.
Características
TIPO brochura
FORMATO 16 X 23
PÁGINAS 180
PESO 360 gramas
ISBN 978-65-88609-28-6